É no Porto que vai nascer (dentro de dias) o primeiro Museu do Holocausto na Península Ibérica
Este projeto de extremo valor é tutelado por membros da comunidade judaica do Porto cujos pais, avós e familiares foram vítimas do Holocausto e visa contribuir, em parceria com museus de outras importantes cidades a nível mundial, para “uma memória que não pode ser apagada”.
É já no próximo dia 20 que os habitantes e visitantes da cidade do Porto poderão ficar a conhecer um pouco melhor a história associada ao Holocausto. A Comunidade Judaica do Porto (CJP) anunciou na passada terça-feira que o primeiro Museu do Holocausto na Península Ibérica será inaugurado nessa data, na zona do Campo Alegre.
Neste novo espaço museológico existirá uma reprodução dos dormitórios do campo de concentração de Auschwitz, assim como uma sala de nomes, um memorial da chama, cinema, corredores com a narrativa completa e fotografias e ecrãs exibindo filmes reais sobre todas as fases desta tragédia que marcou o século XX.
Tutelado por membros da Comunidade Judaica do Porto cujos pais, avós e familiares foram vítimas do Holocausto, o Museu do Holocausto no Porto desenvolverá parcerias de cooperação com museus do Holocausto em Moscovo, Hong Kong, Estados Unidos e Europa, contribuindo para “uma memória que não pode ser apagada”. Segundo a mesma entidade, este novo museu “retrata a vida judaica antes do Holocausto, o nazismo, a expansão nazi na Europa, os guetos, os refugiados, os campos de concentração, de trabalho e de extermínio, a Solução Final, as marchas da morte, a libertação, a população judaica no pós-guerra, a fundação do Estado de Israel, vencer ou morrer de fome, os justos entre as nações”.
Sendo emitida autorização pela Direção-Geral da Saúde, a inauguração contemplará “uma cerimónia mais reservada e sentimental”, com um total de 30 pessoas, que não durará mais do que 50 minutos. Será liderada por Dias Ben Zion, presidente da Comunidade Judaica do Porto, e Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto.
Na inauguração estarão igualmente presentes os embaixadores das potências envolvidas na Segunda Guerra Mundial e de Israel, o bispo do Porto, o presidente da Comunidade Muçulmana da cidade, entre outras personalidades. O Governo far-se-á representar pelo secretário de Estado da Cultura.
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