Conheça o lémure indri, o habitante mais simpático de Madagáscar

Se já lhe mostraram fotos de férias passadas em Madagáscar, terá com certeza visto em algumas delas uma personagem inusitada e atrevida, quiçá no ombro ou até na cabeça do visitante. Trata-se de um lémure, uma das maiores atrações desta ilha do Índico. Uma das suas espécies mais icónicas é o lémure indri, cujo nome significa “olha aí em frente”. Não sabe porquê? Descubra neste texto.

Já não é a primeira vez que esta criatura é descrita como “uma criança de cerca de quatro anos com uma fatiota de panda”. O lémure indri, o maior de Madagáscar e o mais caricato habitante do Parque Nacional de Andasibe, na parte Este da ilha, tem a simpatia de nos cumprimentar com um uivo estridente logo pelas primeiras horas da manhã. No entanto, a verdade é que muitos viajantes se aventuram em Madagáscar, incitados ou não pelo filme de animação, só pelo prazer de o ver a vegetar na copa de uma qualquer árvore.

Na língua malgaxe, indri significa “olha aí em frente”. Porque é que o lémure foi batizado assim? Porque, um dia, um explorador europeu se enganou e confundiu a indicação que lhe davam para olhar em frente com o nome do animal que lhe tentavam mostrar. Como é óbvio, esse não é o nome que o lémure adota na língua dos locais, que preferem chamá-lo babakoto ou “pai de Koto”. Existem duas explicações para esta designação, que, apesar de inverosímeis, apaixonam os adeptos de uma boa lenda.

Na primeira versão, um rapaz chamado Koto subiu a uma árvore em busca de mel e foi atacado por um enxame, que lhe ferroou o corpo todo. Sem forças, o rapaz caiu abaixo da árvore e foi um lémure que o salvou, tomando-o nos braços e levando-o para um lugar seguro. A designação babakoto seria, então, resultado desta atitude paternal do lémure.

Já a segunda versão é um pouco mais rebuscada. Segundo esta, o jovem e ingénuo Koto entrou na floresta à procura de comida e nunca mais regressou. Preocupado, o pai decidiu ir à sua procura, mas acabaria também por desaparecer. Os aldeões, grandes amigos da família, montaram então uma equipa de busca – usando os bons termos de hoje em dia – e passaram a densa floresta a pente fino. Tudo o que encontraram foi um par de tristes lémures, que, devido à sua estranha aparência humana, ficariam para sempre associados aos dois desaparecidos. O porquê de pai e filho terem sido transformados em lémures… esse permanece um mistério até para os contadores da história.

Apenas na Reserva Especial de Analamazoatra, uma das zonas que constituem o Parque Nacional de Andasibe, vivem cerca de 60 famílias de lémures indri, com um mínimo de dois e um máximo de cinco elementos. Embora cada um destes seres não “uive” mais do que quatro ou cinco minutos por dia, os seus sons dão à selva uma animação constante, sendo ouvidos a quilómetros de distância. Têm, na sua maioria, o objetivo de delimitar o território de um determinado grupo, mas também podem assinalar, com as suas várias nuances, períodos de cio e muitos tipos de perigo.

Além do indri e de outras espécies de lémures, o Parque de Andasibe abriga 11 diferentes espécies de tenrecídeos, oito de camaleões (incluindo o de Parson), mais de cem tipos de aves, 20 espécies de anfíbios e ainda palmeiras endémicas Ravenea louvelii, encontradas exclusivamente nesta parte da ilha. É, com os seus 12.810 hectares, uma das maiores atrações de Madagáscar.

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