Castelo de Neuschwanstein, Alemanha: Disney e Wagner num só lugar

É provável que já tenha ouvido falar ou até visitado o Castelo de Neuschwanstein, situado nos Alpes bávaros. Mas sabe de onde vem o seu nome? Que Walt Disney se inspirou nele para criar o símbolo do seu império? Que o castelo foi habitado durante apenas 170 dias? Fique a par destas e de outras curiosidades sobre aquela que é uma das maiores atrações turísticas da Alemanha, tão associada à própria definição de “conto de fadas”.

Alguma vez se questionou de onde viriam as torres dos castelos da Disney? Elas vêm da mente de Walt, claro, mas também da Alemanha, mais precisamente dos Alpes bávaros. Lá, existe um castelo digno de um conto de fadas, criado muito antes da Disney e do seu “reino mágico” por um rei excêntrico e fã de Wagner. Chama-se Neuschwanstein e ergue-se numa colina sobre o Schwansee ou Lago dos Cisnes, oferecendo das mais belas panorâmicas da Europa.

O Castelo de Neuschwanstein é o mais visitado da Alemanha e chega a receber seis mil pessoas nos dias mais concorridos, embora tenha sido concebido para uma só: Ludwig II da Baviera. O monarca ordenou a construção de Neuschwanstein em honra e à imagem de Richard Wagner, por quem nutria uma profunda admiração. No entanto, o compositor nunca chegou a conhecer o castelo – não por não ter apreciado as linhas que Ludwig lhe dirigiu aquando do arranque do projeto, mas por ter falecido antes de estar concluído.

Para desenhar Neuschwanstein, Christian Jank inspirou-se no Castelo de Wartburg (que Ludwig tinha visitado um ano antes, em 1867) e, como não podia deixar de ser, em obras de Wagner. A grande parte das divisões apresenta características que relembram o enredo e as personagens de, por exemplo, Tannhäuser e Lohengrin e o próprio nome do castelo deriva desta “fixação” do rei. Neuschwanstein, que, traduzido, significa “novo cisne de pedra”, é uma referência a Lohengrin, o Cavaleiro do Cisne que dá nome à ópera.

Mas Neuschwanstein não era sequer o nome original do castelo. Só em 1890 começou a ser conhecido assim, sendo que, antes disso, se chamava Neu-Hohenschwangau. É que, ali perto, existia e existe um outro castelo, o de Hohenschwangau, onde Ludwig passou uma grande parte da sua infância e juventude. Este foi precisamente um aspeto decisivo na escolha da localização do novo empreendimento do rei.

O castelo encantado que, afinal, trouxe muita má sorte

Neuschwanstein testemunhou tanto o poder como o declínio do rei Ludwig II. Três arquitetos diferentes trabalharam arduamente na construção do castelo de 1869 até 1886, esforçando-se por homogeneizar as suas ideias com a vontade do monarca, num projeto que envolveu custos elevadíssimos. Mas, quando foi finalmente habitá-lo, Ludwig fê-lo durante apenas 170 dias. No dia 10 de Junho de 1886, uma comissão do governo de Munique chegou a Neuschwanstein com a informação de que ele não seria mais rei da Baviera. Não se sabe bem nem como nem porquê, mas o seu cadáver foi encontrado, três dias depois, a flutuar no Lago de Starnberg.

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