As Maravilhas de Angkor I – Angkor Wat

No conjunto dos santuários de Angkor, uma das grandes preciosidades da Humanidade, Angkor Wat é o crème de la crème. Se a região fosse um livro, este seria o primeiro capítulo. Para além de ser o mais bem conservado de todos, o templo é arquitectonicamente tão impressionante que se tornou um verdadeiro símbolo do Cambodja, constando não só da bandeira, mas também de todo e qualquer itinerário turístico que se preze.

Angkor Wat foi erigido, em inícios do século XII, a mando do rei Suriyavarman II. Foi chamado inicialmente de Brah Bishnulok ou Vrah Vishnuloka, que significa “morada sagrada de Vishnu”, uma referência ao deus hindu a que era dedicado. Isto porque Suriyavarman se revia em Vishnu, chegando mesmo a adoptar o nome Paramavishnuloka (ou “o que entrou no paraíso do supremo Vishnu”) quando faleceu e o templo se transformou no seu mausoléu.

A designação actual de Angkor Wat quer por sua vez dizer “cidade real [que é] um mosteiro” e ajusta-se na perfeição à sua dimensão e magnificência. O templo consiste numa pirâmide da qual brotam cinco torres na forma de lótus, com 65 metros de altura cada, e que é torneada por um enorme fosso alimentado pelo rio Siem Reap. Somente a área do santuário é de 1 km2 e, ao todo, o complexo mede 1500 por 1300 metros.

Um templo hindu, mas pouco

Uma curiosa característica de Angkor Wat é ser voltado para oeste, ao contrário do que era usual na arquitectura hindu e khmer. Para isso, os especialistas oferecem três explicações diferentes, que não se anulam, porém, umas às outras. A primeira é a de Vishnu ser um deus especialmente ligado à porção ocidental do universo. Já a segunda assenta no facto de este ser o ponto cardeal associado ao domínio dos mortos e na intenção de Suriyavarman de fazer daquele templo o seu mausoléu, que supostamente existiu desde o início. E, finalmente, outros preferem apontar que, se estivesse voltado para este, o templo “viraria as costas” à antiga cidade de Yashodharapura e que, segundo a superstição, tal traria má sorte à população.

As quatro imagens de Buda da torre central do templo, orientadas para pontos cardeais distintos, são um testemunho da conversão de Angkor Wat, originalmente um santuário hindu, em vat (mosteiro) budista. Tal ocorreu no século XIV, altura em que esta se tornou a religião maioritária no Cambodja. E, hoje em dia, acredita-se que aquele que venerar cada uma das figuras antes de abandonar Angkor será abençoado para o resto da vida.

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