As Maravilhas de Angkor IV – Banteay Srei

Não foi por acaso que este singelo templo situado cerca de trinta quilómetros a norte de Angkor adoptou, nos tempos modernos, a designação de Banteay Srei. A expressão significa “cidadela das mulheres” e foi a melhor maneira que os habitantes locais encontraram de fazer alusão às deusas que exibem as suas belas formas nas gravações do templo. São exactamente gravações como essas que, de tamanha perfeição e refinamento, tornam Banteay Srei um exemplar único e altamente adorado no acervo de templos de Angkor.

Ainda que tenha sido descoberto por arqueólogos franceses relativamente tarde, em 1914, este templo foi o primeiro de Angkor a ser reconstruído (1931). Indiscutivelmente hindu, é dedicado a Shiva, o deus do ioga. Ao contrário da vasta maioria dos santuários da região, Banteay Srei não foi mandado construir por um rei, mas por dois irmãos brâmanes, Yajnavaraha e Vishnukumara, ricos proprietários na zona outrora conhecida como Ishanapura. Corria o ano de 967.

Essa particularidade de Banteay Srei (de não ter um soberano por detrás da sua construção) vem justificar as reduzidas dimensões do templo. Se formos honestos, o edifício central não atinge os dez metros de altura e a entrada da sua cella é tão baixa (um metro) que o visitante necessita de se encolher para lhe aceder. E, lá dentro, também não é possível passear muito, na medida em que a câmara possui uns meros dois metros de largura.

Mas é precisamente essa pequenez, o arenito rosa de que é feito – um material que se começava a tornar muitíssimo popular na altura – e a elegância dos seus relevos e da restante decoração que fazem com que Banteay Srei pareça retirado de um conto de fadas. A vantagem é que não o é e que, de tão bem conservado, nos traz recordações de épocas tão remotas como o século X e dos preceitos arquitectónicos que as caracterizaram.

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